5.12.09

JAZZ thing - from 'MO BETTER BLUES'

Um video dos Gang Starr que integra passagens melódicas de Jazz (sampladas ou não), e que faz uma síntese e apologia da grandeza e importância do Jazz na cultura americana (e mundial). São raras estas fusões de Hip-Hop com Jazz, e penso que vale a pena chamar a atenção para elas. Esta em particular relaciona-se com o filme "MO BETTER BLUES", de Spike Lee, com Denzel Washington no papel de um trompetista de Jazz.

22.10.09

Breve História do Jazz por Jorge Lima Barreto

O jazz como afirmada tipologia musical do Século XX deve ser considerado não apenas um fluxo independente mas antes síntese e incorporação de inúmeros géneros, movimentos e, sobretudo, paradigmas musicais.
Os blues são o rizoma do jazz, pela idiomática, nas suas harmonias transversais e insólitas e, psiquicamente, nos valores sentimentais; o jazz, paralelamente ao gospel, aos espirituais, nasceu como uma tipologia do cancioneiro negroamericano, que é a sua raiz; apropriação da notação europeia, com gradações emocionais da textura tímbrica; formalismo que evoluiu do ragtime, de ritmo desgarrado e sincopado, do boogie woogie, percussivo e cadenciado e, do estilo burilado do stride (2 - The Lyon Smith). Delta de aculturações, padronizou conjuntos instrumentais, congeminou harmonias e dissonâncias específicas, implantou um regime pulsional empolgante num fluxo epigonal dito mainstream (1- Hawkins).
O jazz absorveu para a sua própria gramatologia inumeráveis enredos da música de massas mundial (ritmo, estrutura, semântica da canção, instrumentação, e.a.); galeria de executantes virtuosos, prodigalizou melodias,; também uma vertente do entretenimento e da música popular de dança, logo foi propalado pela rádio e pelo disco e conheceu várias etapas no seu processo histórico:
O jazz clássico foi inaugurado pelo estilo New Orleans, com texturas polifónicas, subministradas por ritmos fortemente acentuados e simétricos; no swing, pulsação taquigráfica (4 - Peterson), break, canto onomatopaico e rimado, foi marcado pelo apogeu da big band, grande orquestra (3 - Ellington/ Basie), que normalmente dispensava o sinfonismo das cordas.
Logo a seguir ao fim da II Grande Guerra, surgiu o be bop, projecto intelectual do jazz moderno, expressionista, jogo de acordes, ritmo dialéctico (6 - Monk); escola similar foi o cool, integracionista ,de humor melancólico, poético, a balada como forma dominante (7 - O´Day); houve estilos disjuntivos do bop como o west coast, de tintagens tropicais e cinemáticas (9 - Brubeck); o progressive, experimentando técnicas superiores de composição e arranjo; a third stream, fusão morfológica e estrutural do jazz com músicas clássicas (8- Modern Jazz Quartet).
O hard bop ou funky adjectivou o bop com enredos místicos dos blues, do gospel, da soul, (5 - Ray Charles) discurso palimpsesto com síncopes incisivas, um regresso metonímico à tradição religiosa, reivindicação etnocultural (10 - Kirk)).
O modalismo, isto é, a adopção de escalas exóticas (13 – Miles Davis), caracterizou o jazz das décadas seguintes, com notáveis texturas tímbricas e suplementado de insinuantes invenções rítmicas (15 - Lloyd) .
No início dos anos 1960 aconteceu a rotura do jazz contemporâneo perpetrada pelo free jazz, cacofonia, grito, sismografia; modos extravagantes (11 - Mingus), fluxo do delírio à deriva de ritmos assimétricos (12 - Moncur III), contestação sociocultural e política .
No jazz rock coabitaram duas linguagens implantadas sobre a vivacidade dos ritmos binários e complementadas pela panóplia electrónica (14 - G. Burton).
Desde o último quartel do século XX detectou-se a corrente revisionista do neomodernismo, devotada ao tema standard, escolaridade na era do computador, involução irrevogável do academismo, generalização rebarbativa nos limites do branqueamento do jazz.
O jazz disseminou-se em todo o planeta e, uma frente vanguardista e diaspórica, na pósmodernidade, tem proposto o estilo múltiplo e poliscópico, renovação enérgica da linguagem instrumental (16 - P.Bley), encantatória e permanente deste discurso vívido (18 -J. Coltrane).
O jazz é avatar do experimentalismo e do conceito de obra aberta; intuição do instante, constelação de compositores-intérpretes (19 - Jenkins); passarela de instrumentistas excepcionais, construtores do bizarro, virtuosos do epigrama (17 - Cherry); emancipou-se como música/ performarte, concebeu um espaço autónomo e atípico da vertente solística e/ou colectiva, com técnicas audaciosas e conceptualizações esquisitas (20 - Haden/ C.Bley); hoje é uma formidável formulação musical na pósmodernidade.
Afinal o jazz advém da cultura migratória e multirracial, é partitura real dum folclore imaginário.

JORGE LIMA BARRETO

20.7.09

LEONARDO DESCONHECIDO

Leonardo da Vinci foi um dos maiores desenhadores, pintores, inventores, criativos, engenheiros, enfim, um génio artista possuindo um QI e uma imaginação criativa que duvido tenham sido alcançadas, quanto mais ultrapassadas...


Ainda bem que esteve sob a protecção de vários senhores e governantes feudais, pois se fora "freelancer", como Galileu Galilei, por exemplo, possivelmente não teria chegado a idade tão avançada, pois em 1500 qualquer coisa que desafiasse o convencional era considerada herética e o seu autor esquartejado, decapitado, queimado vivo ou lançado aos leões... ( mmm... esta última talvez não, isso era mais moda no Império Romano, alguns séculos antes e não nas Repúblicas Venezianas do século XVI ).

Por volta de 1500 Vasco da Gama conseguira navegar até à Índia, Colombo rumara na direcção oposta e achara ter também chegado à Índia, só que os índios eram outros (Sioux, Apaches, Comanches, Iroqueses,...), Lisboa era a cidade mais rica da Europa, Portugal e Espanha dividiram o mundo entre si em Tordesilhas, sob a bênção do Papa. Michelângelo acabara a Pietá e fora contratado para viver mais de 6 meses sem descer dos andaimes que mandara instalar a meio metro do tecto para, deitado de costas, pintar os tectos da Capella Sixtina. Maquiavel, Erasmo de Roterdão, Martinho Lutero destacavam-se na política, filosofia e teologia.

Guttenberg soltara um palavrão quando entalou o dedo na prensa que inventara, para se passar a poder editar livros rapidamente, imprimindo exemplares perfeitamente idênticos entre si, enquanto Henrique VIII já "despachara" duas das suas 6 mulheres.

Fernão de Magalhães, que para mim (e para muitos outros portugueses, decerto), foi o nosso mais ilustre navegador, porque foi movido pela ciência, cartografia, geografia e sede de conhecimento (ao invés da quase totalidade dos outros, apenas buscando o lucro fácil através do saque, subjugação, escravatura, e outras práticas menos "civilizadas"), foi o primeiro a fazer a circum-navegação do Globo, encontrando a passagem para o Pacífico nos estreitos da Terra do Fogo ( extremo austral da América do Sul ), assim como a sua morte, devido a um mal-entendido com os nativos.

Depois deste "plano geral" da época, queria lembrar que Da Vinci não pintou só a Gioconda (Mona Lisa) e a Última Ceia de Cristo, mas foi o inventor da BICICLETA (fig. 1), do PÁRA-QUEDAS (fig. 2),
do SUBMARINO, do TANQUE de GUERRA, do ULTRA-LEVE (fig. 3),
da BIELA - MANIVELA, da RODA DENTADA e ENGRENAGENS (fig. ), dos ROLAMENTOS de ESFERAS (fig. ), do BARCO de PÁS (fig. ), do CARRINHO de MÃO SEMI-AUTOMÁTICO, de ENGENHOS BALÍSTICOS de vária ordem, e... do AUTOMÓVEL (fig. ). !!!!!!

Podem ler de novo. Eu espero.

Como sou músico, e porque é precisamente esta a faceta do Mestre dos Mestres mais desconhecida, é esta a razão principal para este artigo que escrevi e aqui publico: Leonardo também era Músico! E, como não poderia deixar de ser, inventou vários instrumentos e adaptou mecanicamente outros!
Três exemplos:
1 - Aquilo que designamos por "CAIXA de RITMOS", teve origem ( na vertente mecânica, claro, pois a electricidade apenas chegaria uns séculos mais tarde... ) no seu TAMBOR AUTOMÁTICO (fig. ).

2 - Os teclados portáteis, sintetizadores, pianos digitais, ou aquele teclado de pendurar ao pescoço tipo guitarra, que o Herbie Hancock usava nos 70's e 80's para se levantar do piano de cauda e interagir no palco junto dos guitarristas, baixistas e sopros, fazendo solos de pé ( ou dançando... ), tiveram o seu tetra-tetra-tetra avô na sua PIANOLA AMBULANTE (fig. ).

3 - A LIRA que inventou, é que me deixou deveras perplexo. Não só pelo facto de parecer a cabeça de um habitante de Procyon-5, ou algo saído da Industrial Light & Magic, para um filme da saga Star Wars, mas porque não descortino as cordas, não vejo caixa de ressonância, afinadores, nem quero saber como se pegava naquilo para tocar... brrrrrr...e não morde?



Bem, numa banda de trash-heavy-hard-metal-depressive-post-punk-rock-gunge-F..kDaNotesDaScalesDaTempo&DaMusic&Ourselves, se calhar os fans delirariam... (figs. ).






Para além de outras invenções destinadas às artes de palco, contam-se também PALCOS GIRATÓRIOS e/ou ELEVATÓRIOS, entre uma miríade de esboços que deixou, muitos dos quais ainda em estudo e por decifrar tanto o engenho em si, como a sua função...



Ou era alienígena ou um mutante, o fabuloso LEONARDO DA VINCI !

11.6.09

5 Ladiesingers no novo disco


MARIA VIANA
DIANA BASTO

FATUCHA LEITE

MARTA REN
DANIELA MAIA serão as intérpretes dos temas cantados do novo disco de RUI AZUL, "RITMOS EM BLUES", que conta ainda com a participação de outra cantora ( e pianista ), HELENA CASPURRO.

2.6.09

12.5.09

Gravações de novo disco de Rui Azul iniciam-se em Julho

Em Julho iniciam-se as primeiras sessões de estúdio para o novo disco de Rui Azul, "RITMOS EM BLUES - e outros tons de azul", num estúdio "downtown" da cidade do Porto.
Este 3º disco do saxofonista marca a passagem de 3 décadas de carreira musical, seguindo-se a "PRESSÕES DIGITAIS", de 1991, que contou com as colaborações de Vitor Rua, na co-produção, co-autoria de alguns temas, guitarras e baixo, Pedro Taveira, na bateria, Rui Júnior e KimNeh nas percussões, e Horácio em santoor, e ao cd "À BOLINA" de 2005, no qual Rui Azul tocou todos os instrumentos, produziu e foi o autor das composições e de todo o design gráfico da capa e booklet, que inclui uma banda desenhada original que esteve exposta na edição de 2004 da Bienal de Vila Nova de Cerveira.
Este novo álbum terá a particularidade de integrar pela primeira vez temas cantados, contrariamente aos álbuns anteriores, totalmente instrumentais (exceptuando "A Família E O Esturjão", de "À Bolina", no qual o músico cita um poema de Mário-Henrique Leiria, dos "Contos do Gin-Tonic"), assim como temas de Horace Silver, Charlie Mingus, Lester Young, Cannonball Adderley, Otis Redding, Joe Zawinul, Bobby Timmons, Eddie Harris, além de alguns originais do saxofonista português.
Contará ainda com a participação de algumas vozes femininas conhecidas do meio jazzístico português, bem como de um número assinalável de cotados músicos de Jazz da cena actual nacional, bem como de alguns outros ligados aos Blues e às Novas Músicas Improvisadas.